Sessão Pública juntou cerca de duas centenas de participantes em streaming.
A candidatura da Covilhã a Cidade Criativa da UNESCO em Design (C3D UNESCO) apresentou o Plano de Ação Covilhã, Cidade do Design para o quadriénio 2022-2025. Imbuída do “espírito de abril”, como enquadrado pelo Presidente do Município, a sessão pública, que decorreu dia 23 de abril, juntou cerca de duas centenas de pessoas que acompanharam em direto via streaming. O plano apresentado antecipa um conjunto de ações artísticas e culturais, ecléticas e distintas numa Covilhã incluída na rede UNESCO das Cidades Criativas, num investimento de mais de dois milhões de euros para os quatro anos, financiamento em parte já assegurado.
Este pré-programa da C3D UNESCO foi, assim, tornado público com as presenças do Presidente da Autarquia, Vítor Pereira, da Vereadora da Cultura, Regina Gouveia, do Diretor Executivo, Francisco Paiva, de todos os 15 membros do Conselho de Curadoria, dos 30 membros do Conselho Estratégico, presidido por Rui Miguel, e da Parceria, constituída por cerca de meia centena de organizações, também convidadas a assistir.
A candidatura, que se tem vindo a estruturar a partir de reflexões participadas e colaborativas, entendeu um processo delineado em nove grandes pontos estratégicos:
- o design na economia criativa;
- características de uma cidade criativa;
- Rede UNESCO;
- o design nas cidades criativas;
- o design nas políticas do imaginário;
- os requisitos do título de cidade criativa;
- o processo de candidatura;
- Covilhã, Cidade do Design;
- Argumentos.
Francisco Paiva, que apresentou as diretrizes, os objetivos conceptuais e estratégicos, e a metodologia que conduziu à elaboração deste Plano de Ação, destacou o envolvimento da Parceria, representativa da comunidade na candidatura e contribuiu já mais de 70 atividades para o quadriénio. Estas atividades serão complementadas por um núcleo de outras tantas atividades da responsabilidade dos Conselho de Curadoria, que integra já 15 especialistas de diversas áreas do design, do ensino, das artes e da cultura. “Pretendemos um cruzamento entre o local (Covilhã) e o mundo (UNESCO) apoiado numa parceria alargada e sustentado por uma curadoria eclética e especializada, que confere alcance internacional ao programa”, sublinhou Francisco Paiva.
O Plano de Ação agrega, assim, um conjunto de cerca de centena e meia de atividades, num investimento global e partilhado de aproximadamente um milhão e 850 mil euros (ações propostas pela parceria) e de mais de 682 mil euros (ações propostas pela curadoria, com vista à articulação dos agentes locais com a Rede UNESCO). Os seis Planos Setoriais (PS01 Design, Indústria e Artesanato; PS02 Design, Têxtil e Moda; PS03 Design, Cidade e Território, PS04 Design, Cultura e outras Artes; PS05 Design e Serviços Digitais; e PS06 Educação para o Design e Cidadania) foram apresentados pelos/as porta-vozes e desenham a Covilhã como cidade do design. Ora, o PS01, apresentado por José Vicente, propõem um “Ecossistema de designers, artesãos e indústria em relação com o território, o desenvolvimento sustentável e circularidade de produtos, sistemas e serviços”. O PS02, apresentado por Giulia Bonali, divide as ações a partir dos verbos “fiar – deixar o fio da memória correr -, tecer – compondo a trama e fabricando um novo tecido -, e tingir – disseminando a cor”. O PS03, apresentado por Mónica Romãozinho, destaca as “políticas de promoção da cidade e do território, o crescimento económico inclusivo e sustentável e o design, território e a reabilitação”. O PS04, apresentado por Luís Nogueira, articula o passado e o futuro do design na Covilhã em diálogo com as diversas artes através dos paralelos “lanifício – têxtil, mapa topográfico – tipográfico, Covilhã – território (memória) e Covilhã – cidade festival (futuro)”. O PS05, apresentado por Joana Casteleiro, aposta na “realidade aumentada” tendo em conta três domínios: “a memória do património industrial, o design e inovação no ensino-aprendizagem e laboratórios experimentais”. O PS06, apresentado por Catarina Moura, que entende a educação para design na interseção com a cidadania, reúne três grandes eixos: “a desfiada – escola imaginada, a comunidade – investigação e a literacia – ensino”.
Para o Presidente do Município da Covilhã, este Plano de Ação da C3D UNESCO “pretende colocar o design na agenda pública e política, numa cooperação entre as várias artes e setores, como a educação e a economia”, de tal forma que, sublinhou, “tem merecido um suporte alargado como se confirmou pelo apoio unânime da Assembleia Geral da Comunidade das Beiras e da Serra da Estrela”. Já a Vereadora da Cultura destacou a oportunidade da candidatura e o trabalho da autarquia, da equipa de projeto, do conselho estratégico e da parceria cada vez mais alargada. Para Regina Gouveia, “a Covilhã é uma cidade do Design, marcada pela sua história muito ligada aos lanifícios e à paisagem que a indústria ajudou a criar”.
O Diretor Executivo reiterou que, embora contenha “as linhas e as prioridades gerais, como é natural, este plano permanece em aberto a atividades que a Comunidade e a Parceria venham ainda a propor.” Seguir-se-á agora, até 15 de Maio, um período de discussão e auscultação pública, destinado a recolher contributos complementares e os necessários pareceres dos vários órgãos da candidatura, em particular do Conselho Estratégico.p
A sessão ficou ainda marcada pela homenagem a Ana Gonçalo, membro do Conselho Estratégico da Candidatura, falecida recentemente. O Diretor Executivo, Francisco Paiva, lembrou a sua carreira enquanto criadora talentosa e a ligação que tinha à cidade, à candidatura, tendo dedicado a apresentação do Plano à sua memória.