Entre 31 de agosto e 3 de setembro de 2023, o Jardim das Artes recebeu milhares de visitantes na segunda edição da FIADA, Feira Internacional de Artesanato Design e outras Artes, que foi uma vez mais um sucesso.
Tratou-se de uma Feira concebida no âmbito da Covilhã, como Cidade Criativa da UNESCO em Design e focou-se na divulgação do artesanato nacional e internacional, colocando em evidência os artesãos e a relevância do Design na conceção, inovação e comercialização dos seus produtos.
As cerimónias oficiais de abertura, tiveram lugar na Biblioteca Municipal da Covilhã, pelas 16h00, prosseguindo às 17h00 no Espaço Covilhã, Cidade do Design (Jardim das Artes), concebido pelo artista e designer covilhanense Luís da Cruz.
A Feira de artesanato nacional, que tem como principal parceiro o IEFP, contou com a participação de dezenas de artesãos e de unidades produtivas artesanais de norte a sul do país, representando a diversidade do artesanato nacional, nomeadamente nas artes e ofícios têxteis, cerâmica tradicional e contemporânea, madeira, serralharia artística, joalharia, arte de trabalhar a pedra e o vidro e fabrico de instrumentos musicais.
Para esta segunda edição, foi lançado o Prémio FIADA’2023, destinado a todos os artesãos inscritos como expositores e com carta de artesão/unidade produtiva artesanal válida. Cada artesão, teve oportunidade de candidatar uma peça aquando da sua inscrição, que representasse de alguma forma elementos identitários da Covilhã. Tratou-se de um prémio atribuído pela Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor, que integrou o júri respetivo, além de representantes do Município da Covilhã, do IEFP e da ICOVI, com o contributo fundamental de um artista e designer covilhanense.
O vencedor da primeira edição do concurso Prémio FIADA’2023, foi o artesão José Antunes, com a peça “A Ovelha”, elaborada com materiais reciclados do setor mecânico e metalúrgico, ficando esta, pertença do Município. A peça faz referência a várias tradições e elementos identitários da Covilhã: a ovelha, a lã, a música e a vida académica.
Foram, ainda, atribuídos dois Prémios Menção Honrosa patrocinados pela ICOVI, aos artesãos Pedro Santos e Isidro Rodrigues, que também apresentaram peças exímias e criativas nas quais (re)interpretaram a identidade da Covilhã e a sua história.
O certame de artesanato foi englobado num evento cultural que, nesta edição, assumiu uma dimensão internacional com a participação de artistas, designers, cidades e entidades convidadas. A nível nacional, estiveram representadas duas Cidades Criativas da UNESCO na área de Artesanato e Artes Populares (Barcelos e Caldas da Rainha) e uma Cidade Criativa na área da Música (Idanha-a-Nova). Destacou-se, ainda, a presença internacional de duas Cidades Criativas da UNESCO em Design (Brasília e Fortaleza).
A programação da FIADA 2023 abrangeu outros espaços culturais da cidade, sendo a Biblioteca Municipal, próxima do recinto, um deles. Recebeu a exposição “SEMENTEIRA”, de Sara Leme, no âmbito de uma parceria com Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da UNESCO na área da Música e acolheu também a peça “Árvore da Vida”, de Diana Meneses Cunha (Oficina 166), que junta o Bordado Castelo Branco, o Burel e a Tapeçaria de Portalegre. Esta estrutura itinerante foi encomendada pelo Município de Castelo Branco, que submeteu recentemente a sua candidatura a Cidade Criativa da UNESCO, na categoria de Artesanato e Artes Populares.
O espaço C3D, localizado na Biblioteca Municipal, recebeu a Textile Talk “Territórios de Cultura Têxtil” (1 set.) e as oficinas “Iniciação à Tecelagem” (1 set.), “Felttronics” e “Técnicas de Tecelagem para a Criação” (2 set.), no âmbito dos “PENINSULARES – 4.ºs Encontros Ibéricos de Arte Têxtil Contemporânea”, que tiveram também o seu espaço físico no Jardim das Artes, destinado à divulgação do trabalho de artistas e designers têxteis, entre Portugal e Espanha.
No exterior do edifício da Biblioteca, foi possível apreciar uma instalação têxtil de grandes dimensões, intitulada “Epígrafe”, criada pela artista plástica covilhanense Ânia Pais para este evento, que teve ainda uma outra peça, “Passantes”, no Jardim das Artes.
Todos os dias, após a abertura do recinto da Feira, deu-se a atividade “Tapeçaria Comunitária”, orientada por Rita Martins Pereira, designer têxtil e tecedeira. O público foi convidado a participar na construção de um painel de tecido, explorando o mundo das estruturas têxteis e da criação de padrões. Esta foi uma experiência educativa, inclusiva e divertida, pensada para todos os visitantes e partiu da reciclagem e reutilização de lonas e telas.
Englobadas no programa da FIADA decorreram oficinas abertas ao público, na Tenda FIADA, localizada no recinto da feira. O MODATEX dinamizou oficinas em torno das artes têxteis, pelas 18h00 e o Espaço C3D dinamizou pelas 19h00, as já populares “FIADA por Miúdos” (31 ago., 1 set.), destinadas aos mais pequenos. As mesmas oficinas programadas para dia 3 setembro, realizaram-se na Biblioteca Municipal, no Espaço C3D, uma vez que as condições meteorológicas que se faziam sentir, impossibilitaram que as mesmas se realizassem na tenda do recinto. Infelizmente, pelo mesmo motivo, no sábado, dia 2 de agosto, a oficina “Cardado Covilhã: Desafios”, assegurada pelo Museu de Lanifícios, não se realizou.
No Palco Tradições, outra das novidades da segunda edição, resultante da parceria com Idanha-a-Nova, Cidade Criativa da Música, decorreram concertos, pelas 21h00, em que sons e instrumentos tradicionais se reinventaram e misturaram com a música contemporânea. O Jardim das Artes recebeu neste palco os Noa Noa (31 ago.) e as Adufeiras de Idanha-a-Nova (1 set.). As atuações do Tremissis Ensemble (2 set.) e o projeto Casa Comum (3 set.), não aconteceram, devido às condições atmosféricas adversas.
O Palco FIADA acolheu, os MUSICALBI (31 ago.) e a artista nacional Cláudia Pascoal (1 set.), na mesma área em que a gastronomia acrescentou sabores tradicionais às muitas experiências artísticas e culturais proporcionadas por mais uma edição desta Feira emblemática da Covilhã, Cidade Criativa do Design.
O concerto do covilhanense João Gonçalves (3 set.) e da artista Sara Correia (2 set.), infelizmente foram cancelados, devido às condições atmosféricas adversas que se fizeram sentir, impossibilitando-os de acontecer.