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Design, Cidade e Território

Mónica Romãozinho
Professora da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior

João Neves
Designer de comunicação e docente do ensino superior na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco

PS03 Design, Cidade e Território


A Covilhã enquanto território corresponde a um cenário ímpar a vários níveis. Não só funciona como entrada do Parque Natural da Serra da Estrela, reserva da Biosfera Natura 2000 e Geopark da Unesco, como integra recursos de valor inestimável como as ribeiras da Goldra e da Carpinteira que estimularam a implantação estratégica de indústrias têxteis e o desenvolvimento da própria cidade. Existe uma cultura de projecto e de desenho. A arquitectura fabril ou civil acompanhou correntes internacionais como o Eclectismo, a Arte Nova, a Art Déco e ainda o Movimento Moderno. Aliado a este progressismo, é de referir o importante papel do Design presente no debuxo dos tecidos, na modernidade da maquinaria e tecnologia das fábricas, na evolução da respectiva identidade corporativa. Sendo os eixos fundamentais da candidatura a história local, estratégia e desenvolvimento, artes/design ligadas à lã e aos tecidos, equacionámos um modelo de ação na perspectiva do Design para o Território, mas também do Design enquanto Território, sustentável, inclusivo e potenciador do desenvolvimento da cidade e da região. A mesma proposta vai de encontro aos dezassete objetivos da Agenda 2030 da ONU e também de instrumentos de promoção e disseminação de uma cultura empreendedora no território, de que é exemplo o Plano Estratégico Regional de Empreendedorismo e Captação de Investimento, iniciativa da Rede de Empreendedorismo das Beiras e Serra da Estrela, tendo como parceiros a  Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), a Universidade da Beira Interior (UBI), o Instituto Politécnico da Guarda (IPG)  e o Núcleo Empresarial da Região da Guarda (NERGA).  Encarámos esta candidatura fundamentalmente como um motor de promoção do Design enquanto estratégia impulsionadora do desenvolvimento de empresas e indústrias, de processos de produção mais sustentáveis, de produtos de melhor qualidade, de comunidades com melhores condições de vida e de trabalho. Falamos de um Design essencialmente participativo enquanto resposta a problemáticas específicas designadamente do interior do país, centrado no utilizador e enquanto fator de valor para as populações, para o meio-ambiente, para o tecido produtivo nacional. Por outro lado, a persecução do modelo de acção proposto viabilizará uma série de importantes actividades de sensibilização para o impacto do Design ao nível do desenvolvimento económico sustentável, da competitividade, da criatividade, da inovação, da aproximação entre Design e empresas, da promoção da inclusão e de boas práticas de ordenamento territorial e salvaguarda ambiental.